segunda-feira, 23 de junho de 2014

Escapulário

_Espere! Quero fazer algo escandaloso e um tanto doloroso.
_Me conduza com seu escapulário de pedras, esse ornamento da era barroca em seu peito que me faz delirar em rancor.
_Daime! Me leve com você ou me de seu escapulário, estou sedento.
Ele quer me mostrar o caminho dos formigueiros dos açucares que perdi depois de tanto tempo escondido.
_Me mostre o escapulário pequeno homem!
Não me rele a mão nos lábios, suas ofensas se fazem contagiosas, quero seu escapulário para adorar em simpatia.
_Homem me de o escapulário!
Agora sem demora!
Por favor, não me faça de sabugo de milho!
Não me deixe em eterna espera, estou faminto estou sem fé e sem pé, estou perdido e cheirando cravo com rapé.
_Finge que não me vê depois de sua canção falhar, as pessoas vão deixar de acreditar sem seus plantios nojentos, feitos em hortas e urtigais sujos, sem escrúpulos.
Vamos agora repartir o ornamento de pedras que tanto almejei em seu peito, mas que nunca fui capaz de conquistar.
Olhe para o lado!
Tenha piedade de mim seu feiticeiro dos ventos!
Não esqueça estamos chegando ao fim! 
Sem medo e sem termos em leis. 
Passe esse ornamento ornado em riqueza, esmerado em luxúria! 
Para o lado branco e estreito da vida que me conduzo confuso.
Escapulário do egoísmo, egocentrismo tudo que o rodeia e o faz mais feliz que todos.

Te conservo e pleiteio sua voraz cegueira, me tornando algo menos importante por querer e morrer tentando.

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